Assim como a maior parte dos profissionais que conheço, construí uma carreira pregressa à Consultoria de Imagem. Atuei no mercado corporativo por 15 anos, 11 dos quais lidando com gestão de produtos e projetos de tecnologia, em uma das maiores instituições financeiras do mundo.
Cheguei à Consultoria de Imagem por curiosidade e interesse pessoal.
No intuito de mudar a cor do meu cabelo, comecei a estudar colorimetria capilar, até chegar à formação em Consultoria de Imagem. Passei por diversas formações ao longo da minha carreira e tive muitos mestres, entre os quais: Silvana Bianchini, Luciana Ulrich, Silvia Scigliano, Claude Juillard, Phillip Hallawel e Carla Mathis.
Inicialmente, não tinha planos de fazer uma transição de carreira, até que ela aconteceu em junho de 2020, 2 anos após eu ter iniciado meus estudos e atendimentos.
E percebo que isso só foi possível por eu ter escolhido tratar minha nova profissão com tanta seriedade quanto foi a primeira.
Apesar da Consultoria de Imagem não ser uma profissão regulamentada, entendo que ela não deveria ser vista como entretenimento. Se somos capazes de enxergar seu benefício, é porque ela tem seu valor.
Assim, se a escolhemos como profissão, ela deve ser tratada com a mesma seriedade que dedicamos a qualquer outra. Contudo, esta percepção não é consensual.
E como poderíamos tornar essa visão mais profissional?
Será que uma Certificação Internacional é capaz de mudar isso?
Talvez você acredite que investir em diversos cursos e formações, entregando tudo aquilo que o seu cliente precisa será suficiente. Não deveria ser. Porque um bom profissional se compromete não apenas com aquilo que faz, mas com o crescimento do seu entorno, a fim de fortalecer e valorizar a sua categoria.
Desse modo, uma Certificação Internacional pode acontecer quando você parar para se perguntar: o que mais?
O que mais eu poderia fazer após todas as minhas formações, afim não apenas de entregar o que o meu cliente precisa, mas de me desenvolver e contribuir para minha evolução profissional?
O que mais eu poderia fazer para que a comunidade perceba seriedade no que faço e pague o valor justo pelo meu trabalho? O que eu poderia fazer para elevar a percepção de embasamento sobre aquilo que executo, perante meus clientes e pares?
Se esta é uma queixa recorrente do mercado, por que a solução estaria na mão do outro e não em como o que eu escolho fazer para mudar?
Além disso: o que os profissionais que eu tenho como referência fizeram para chegar aonde eu gostaria de estar?
Estas foram exatamente as perguntas que me fiz. E minha decisão por iniciar os estudos para meu processo de certificação se deu naquele momento. Me dei como objetivo ser a próxima brasileira a ter certificação CIC. Minha meta era junho de 2022.
Primeiro, a entrada em um grupo de estudos organizado pela AICI Brasil, para antecipar o tempo (uma vez que as leituras necessárias eram muitas) e depois, para conseguir colher percepções diferentes das que eu tinha até então, nas reuniões que fazíamos em grupo para estudar.
Todo este processo leva tempo. Para mim, foi pouco mais de 1 ano entre iniciar o grupo de estudos, realizar a prova e colher toda a documentação necessária para a avaliação da auditoria.
É fato que uma Certificação por si, não te trará novos clientes. Mas esteja certo de que este processo é capaz de mostrar a você quais habilidades precisa ter, inclusive habilidades de comportamento, inteligência emocional e organização. Uma vez que saber passar na prova não é suficiente, para a certificação CIC, por exemplo, você precisará desenvolver relacionamento com o Conselho vigente para ser voluntariar em alguma atividade por período específico, participar de eventos regularmente para obter créditos educacionais e conseguir reunir prova de todos os estudos que fez para ser auditado.
A certificação é um processo, não uma prova.
Assim como ninguém se torna Consultor de Imagem por conta dos estudos praticados em 1 semana, o resultado de uma certificação não se demonstra através de ser aprovado no exame, mas em todo o caminho percorrido para chegar até ali.
É a junção da prática com o conhecimento técnico. Requer tempo e paciência.
De forma direta, a Certificação CIC pouco vai impactar resultados para o seu negócio. Mas poderá te deixar à frente dos demais profissionais do seu meio, dado que os espaços que ocupamos podem ser conquistados de diversas formas, como por exemplo: através de palestras e eventos que somos convidados a participar, a sermos professores em cursos de referência para outros profissionais, ao contribuirmos com algum veículo de comunicação; e certamente a certificação te dará respaldo quando essa hora chegar, quando for preciso decidir entre você e outros candidatos com experiências semelhantes, ou mesmo antecipar uma oportunidade. Recentemente fui pela segunda vez selecionada para ser palestrante em um evento internacional, onde era claro entre todos os inscritos que a Certificação seria um critério importante para seleção.
Ou seja, uma Certificação te projeta profissionalmente, de forma que outros profissionais passam a te enxergar como referência.
Talvez você não conte com mesmo o tempo de experiência que seu mentor ou qualquer outro que chegou antes de você.
Mas o tempo que existe daqui para a frente, você o tem. E pode usá-lo para adquirir mais conhecimento, para te levar de forma mais acelerada até onde pretende chegar.
Uma Certificação é uma forma de comprovar o nível de embasamento e profissionalismo que possuímos.
Uma certificação de nível internacional então, atesta que temos os requisitos necessários para atuar dentro e fora do território brasileiro, o que fortalece a nossa marca pessoal, reconhece nosso domínio sobre determinado assunto e nos credibiliza de forma global.
Indiscutivelmente, tudo isso irá se refletir no lado pessoal. Você passa a ter mais segurança sobre si, a acreditar mais nos seus talentos, a entender que se desafiar de vez em quando eleva sua capacidade de resolução.
A autoconfiança é um dos pilares da nossa autoestima e ela pode ser conquistada quando colocamos nossos conhecimentos à prova também.
Contudo, lembre-se: suas qualificações não são maiores do que você. Um cargo ou um título não definem quem somos. Nossa capacidade profissional não se limita a um nome. Ter medo e insegurança faz parte do processo. Você vai precisar ler uma bibliografia mais de uma vez, eventualmente vai precisar dedicar mais tempo aos estudos do que o previsto porque a sua vida não vai esperar você passar na prova.
Mas sua faça sua parte, esteja preparado. Leia, pergunte.
Remarque seu exame se precisar de mais tempo. Recorra a um conhecido que já tenha passado pelo processo. Não se desespere se não for aprovado de primeira. Tente outras vezes.
Para finalizar, deixo aqui uma frase que repito com certa frequência: você quer ser conhecido ou ser relevante? Um profissional com relevância e significado é aquele consegue contribuir de forma contínua com seu meio e investir no próprio desempenho profissional. Seja você responsável pelo seu aprendizado.
Este artigo foi escrito por Natália Morelo, AICI CIC
Formada em Sistemas de Informação e Pós-Graduada em Gestão de Projetos pelo Mackenzie. Construiu sua carreira ao longo de 15 anos no mercado financeiro, em um dos maiores Bancos do país, atuando com gestão de produtos e projetos de tecnologia. O contato diário com executivos e lideranças do mercado corporativo a fez perceber a lacuna existente entre imagem projetada e percebida, sobretudo a respeito da comunicação verbal e não verbal presentes no ambiente profissional.Atualmente, ocupa o cargo de Vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da AICI Brasil (Associação Internacional de Consultores de Imagem), certificada internacionalmente para atuação na Consultoria de Imagem, com a certificação CIC (Certified Image Consultant) e professora atuante na formação de novos profissionais, através da Dresscode, escola pioneira na Consultoria de Imagem no Brasil.