Os robôs irão substituir o trabalho do consultor de imagem e estilo?

Colaborar para que uma pessoa se torne mais feliz e realizada consigo mesma é uma tarefa divina. E esta, para mim, é a entrega que os profissionais que trabalham com imagem realizam: tornar as pessoas mais confiantes de si.

A consultoria de imagem e estilo está num ciclo virtuoso. Cada vez mais, marcas oferecem este serviço especial aos seus clientes como forma de gerar fidelidade e tornar a experiência de compra mais fluida. E rentável.

De marcas premium ao varejo massivo, todos já entenderam o valor que um serviço personalizado de recomendação oferece. E as empresas estão investimento pesado em tecnologia para escalar este serviço. Chatbots que conversam de uma forma tão real que a gente fica em dúvida se é um robô ou uma pessoa nos atendendo, inteligência artificial que analisa nossos dados em tempo real e sugere opções de looks com base no nosso histórico de compra e nossos gostos pessoais.

A cada dia, assistimos ao lançamento de novos aplicativos que permitem que as marcas atendam melhor às necessidades do seu consumidor de forma superágil e personalizada.

A pergunta aqui é: serão os robôs os futuros consultores de imagem e estilo?

Kim Kardashian lançou seu novo aplicativo de compras em Novembro de 2017, o ScreenShop, que é como um Shazam para moda. O usuário faz um screenshot de algum look que ele viu no Instagram, o aplicativo analisa a foto e busca uma série de looks parecidos que você pode comprar no próprio aplicativo.

O aplicativo “AsPatricias” usa inteligência artificial para entender o seu gosto para moda, e sugerir looks baseados nos seus compromissos e preferências. O serviço acaba de sair da fase de testes e tem assinatura em torno de 9 reais mensais.

No universo da beleza, os espelhos inteligentes são uma opção interessante que permitem escala e personalização. Por exemplo, o espelho da LG analisa o rosto do usuário e dados externos, como informações sobre o clima, poluição e raios ultravioleta, para sugerir produtos que o usuário deve usar naquele dia. Além disso, o espelho também tem acesso à sua agenda, e pode te recomendar uma maquiagem mais suave se você tiver uma reunião mais tarde, por exemplo.

Mesmo com toda tecnologia tão presente, o fator humano continua extremamente relevante. E a junção da tecnologia com a interação humana é o que torna o seu serviço ainda mais poderoso. Usar a Inteligência artificial aliada às relações interpessoais acertadas é o grande desafio das empresas. Para isto será necessária a presença constante de uma imprescindível e difícil habilidade humana: a empatia. E vocês sabem muito bem que esta é uma das habilidades mais poderosas dos consultores de imagem e estilo.

Por isso, a demanda por profissionais de imagem cresce a cada dia, migrando inclusive para o e-commerce.

ALVMH recentemente introduziu consultorias com personal shoppers por live streaming no seu e-commerce, o 24 Sevres. Enquanto o serviço da Zalon da Zalano usa um questionário para “linkar” consumidores com stylists que então se conectam via chat ou telefone.

Eu vejo todo este cenário como uma grande oportunidade para você.

O importante é prestar atenção em todas as novas tecnologias que surgem e adaptar os seus serviços a este “Admirável Mundo Novo”!


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Andrea Bisker
Especialista em  tendências e comportamento de consumo,  é formada em Propaganda com especialização em Ciência do Consumo.
Em 2004, criou a Mindset, com foco em pesquisa de tendências e comportamento de consumo e iniciou no Brasil a operação da WGSN, um dos maiores portais de tendências de moda do mundo. Em 2013, vendeu a Mindset para a WGSN e liderou a operação na América Latina por dois anos. Em 2017, foi convidada pelo empreendedor inglês Marc Worth para iniciar a operação da Stylus Brasil, uma plataforma de inovação e tendências. Andrea faz parte da Rede Repensadores e atua como diretora de inovação do clube A Hebraica.

7 respostas

  1. Andrea, adoro suas reflexões!! A forma como colocou o humano de mãos dadas com a tecnologia é o que também acredito!! Bjs e parabéns!!

  2. Muito bacana, Andrea. Claro que a tecnologia vai ter impacto em nosso trabalho, como teve em todos (e na minha primeira carreira, jornalismo, nem se fala). Acho que uma vontagem é que, como somos independentes na maior parte dos casos, ou seja, não estamos ligados a grandes empresas, podemos nos adaptar a diferentes maneiras de usar essa tecnologia e nos associar, quando fizer sentido, a essas grandes empresas e exercitar nossas habilidades de várias maneiras.

  3. É isso aí, Andrea! Abraçar a tecnologia e trabalhar para que ela nos ajude a ter uma entrega cada vez mais certeira, qualquer que seja o nosso campo de atuação, nos faz melhores e mais relevantes profissionais.
    Obrigada pelo artigo!
    Beijo!

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