Eu hesitei muito em escrever sobre esse assunto, que está tão em alta no momento (principalmente por causa das redes sociais e reality shows), mas acho sempre válido a oportunidade de compartilharmos diversos pontos de vista sobre assuntos muitas vezes polêmicos e que, de alguma forma, interferem em nosso comportamento e até mesmo em nossa produtividade.
Nunca ouvimos tanto a palavra “influenciar” em suas mais diferentes extensões e idiomas. Para começar esse assunto, vamos a definição nua e crua da palavra, segundo o dicionário:
- transitivo direto e pronominal
exercer uma ação psicológica, uma ascendência sobre (alguém ou algo) ou deixar subjugar-se por esta ação.
Os meios de comunicação todos os dias nos trazem milhares de influências, boas e ruins (depende do ponto de vista de cada um), mas a Internet é a campeã disparada com os seus “digital influencers”, dentre outras denominações dadas àqueles que usam as redes sociais para divulgarem produtos, serviços e o principal: a sua própria imagem – e não há nada de errado nisso. O mundo se desenvolve, as pessoas criam novas necessidades a todo momento e é necessário que existam movimentos que atendam a tudo isso.
Porém, precisamos ter o cuidado de não perdermos a nossa própria identidade por conta das influências que nos rodeiam. Ao mesmo tempo que há uma onda muito grande de influências e influenciadores, há uma outra onda que nos leva ao autoconhecimento, ao equilíbrio emocional, ao consumo consciente e à tudo que favoreça a nossa saúde física, mental e energética.
Há uma intersecção aí, com certeza. Como tudo na vida, é preciso equilíbrio entre aquilo que somos e acreditamos versus tudo aquilo que chega até nós através das influências que nos rodeiam 24 horas por dia. Se começarmos a agir como a “onda influenciadora” age, comprar ou usar tudo o que chega até nós através das influências, corremos o risco de perdermos o que temos de mais valioso: a nossa essência.
Repito: não há nada de errado com os influenciadores digitais e com o mercado que existe por trás de toda essa demanda. Até porque o marketing de influência sempre existiu e, sem dúvidas, é um dos que mais traz retornos efetivos para as marcas. Mas, nos dias de hoje, a influência passou a ser também “comércio” e, no meio de tantas publicidades, fica difícil saber até que ponto podemos acreditar ou não em uma marca ou produto.
Muitas vezes não sabemos se consumimos um produto/ serviço ou conteúdo porque acreditamos nele, de fato, ou porque queremos nos sentir mais próximos do influenciador que está a frente dele.
Particularmente, tento exercitar constantemente o controle das influências no meu dia-a-dia e, principalmente, no meu trabalho. Até que ponto é saudável seguir tais pessoas, até que ponto é saudável consumir tais produtos… Eu realmente preciso? Será que minhas preferências pessoais e propósitos não estão ficando em segundo plano por conta de alguma influência? Será que eu visto uma roupa para me agradar ou para “estar na onda”? Será que eu posto um conteúdo que realmente pode ser relevante para alguém? Será que estou apoiando as pessoas a serem quem elas realmente são ou só estou jogando mais influências nelas?
Enfim, são diversas as indagações que podemos nos fazer para evitar o excesso de influências que, em um determinado ponto, podem se tornar nocivas a nós. Ao longo dos meus 10 anos de carreira, me deparei com muitas mulheres que quase perderam toda sua identidade pessoal porque buscavam ser alguém que elas julgam ser “perfeita” através das influências dos meios de comunicação.
O autoconhecimento sobre si mesmo traz a autoestima tão necessária para que tenhamos autonomia sobre nossas escolhas e saibamos distinguir até onde uma influência pode ir.
Que tal começar a seguir mais a sua essência e propósitos a partir de agora, e não somente influenciadores?
Meu nome é Juliana Soares e estou aqui para compartilhar e contribuir com conteúdos sobre marketing pessoal. Sou profissional de marketing e comunicação e consultora de imagem membro da Associação Internacional dos Consultores de Imagem.