A imagem pessoal é uma questão que se torna relevante para quem procura se apresentar e dar o seu melhor, não só a si mesmo, mas quando em relacionamento com outra pessoa ou grupo de pessoas. Este aspecto, que parece fácil de gerenciar em tempos normais, torna-se mais complexo quando alguém está sofrendo ou passando por momentos difíceis e não consegue encontrar uma resposta oportuna para lidar com as mudanças.
A imagem pessoal é profundamente afetada quando alguém sofre de uma doença degenerativa ou grave. Uma das doenças que mais afetam uma pessoa é o câncer, causando mudanças estruturais no seu pensamento e na sua percepção; no entanto, não somente essa pessoa sofre com essas mudanças, mas também todos a seu redor.
Uma pessoa com sua imagem pessoal afetada não pode ter os mesmos resultados frente ao espelho, muito menos seguir os cânones de conduta que as revistas, publicidade ou outros meios pregam sem levar em conta essas mudanças. A doença, temporária ou prolongada, altera de forma permanente o autoconceito que uma pessoa pode ter de si mesma e, sem as ferramentas ou conselhos relevantes para resolver essas mudanças, ela tem sua autoestima diminuída.
Há pacientes que não sabem como se cuidar durante e após o tratamento. Situação que os faz perder a identidade e, sem perceber que pouco a pouco sua imagem está sendo afetada, afastam-se da vida social e perdem o desejo de seguir em frente. Para algumas pessoas, a beleza ou a imagem é sinônimo de superficialidade ou algo artificial, especialmente se estão doentes. Mas, para um especialista em imagem pessoal e profissional no campo médico-social, ela é sinônimo de bem-estar, respeito e autoestima. Os tratamentos médicos para combater o câncer afetam a aparência, resultando em baixa autoestima para o paciente. Portanto, para acompanhá-lo de forma eficaz, a consultoria deve ser feita antes, durante e após o tratamento.
Os tratamentos afetam a imagem da pessoa, começando com a queda de cabelos, sobrancelhas e cílios, bem como a sensibilização da pele; a morfologia também é afetada, especialmente quando se ganha ou perde peso, o que pode causar uma grande sensação de vulnerabilidade.
As ferramentas da Consultoria de Imagem, adaptadas ao âmbito médico-social, irão ajudá-lo com as cores apropriadas, os acessórios certos, a maquiagem de acordo com seu rosto e o vestuário de acordo com sua morfologia, para restaurar a confiança e a estima do cliente, ajudando-a a ter uma atitude positiva durante este processo. Saber conduzir o trabalho de forma adequada e o conhecimento sobre a doença serão a pedra angular para se realizar com sucesso uma consultoria nessa área.
Um exemplo é a análise de cores, em que a pessoa irá descobrir as cores que a favorecem, evitando assim as cores que podem fazer seu rosto ficar mais pálido ou parecer cansado. Esse novo conhecimento sobre suas cores lhe dá uma nova segurança e faz com que ela se sinta bem consigo. Neste período em que a pessoa está fragilizada e com baixa energia, uma outra vantagem de conhecer sua paleta de cores é que ela ajuda a simplificar suas compras, economizando tempo e energia, evitando assim encher o armário com roupas ou acessórios de cores que não favorecem.
Existem outros profissionais que trabalham lado a lado com um consultor de imagem pessoal e profissional no âmbito médico-social, como especialistas em prótese capilar, cirurgiões estéticos, enfermeiros, estilistas, fisioterapeutas, nutricionistas, dentistas, costureiras, etc. O trabalho conjunto destas profissões visa ajudar o paciente a reconstruir sua saúde, aparência, recuperar sua identidade corporal afetada pela doença e pelos tratamentos médicos, manter uma boa imagem e alta autoestima, melhorando, assim, sua qualidade de vida.
Nota: Para mais informações, esta especialidade se encontra agrupada na Rede UNICA, formada por consultores de imagem para o âmbito médico-social http://aurycaltagirone.com/es/red-unica/
Aury Caltagirone, AICI CIM, é Presidente do Aici Chapter France. Aury foi pioneira na adaptação da Consultoria de Imagem a hospitais na França, atuando desde 1993. Trabalhando como Consultora de Imagem no “Institut de Cancerologie Gustave Roussy” (o principal centro de câncer na Europa), ela desenvolveu com sucesso o conceito de apoiar pacientes que estão receosos com as inúmeras mudanças físicas trazidas pelo tratamento.
